31 de jul. de 2008

só nas córneas





antes que as coisas por fazer 
consumam a rotina
retroativa 
como carnificina


mesmo que isso canse e conflita nas idas 
e vidas pelas esquinas 
e as palavras sem sentido


enquanto todos cremos na segurança no concreto
que segura nossa loucura em andares distintos.







O MESMO







Faz tempo que guardo essa tristeza
debaixo do meu travesseiro,
como peça de quebra-cabeça

e o 7 de setembro
me impulsiona pra dentro
como buraco negro:

tristeza parcelada em 84 meses 
continuo à pagar os juros 
e apagando as juras de amor.



8 de jul. de 2008

plágio aprimorado XVI





vontade é o dobro 
do que eu tenho no bolso:

uma subida constante, 
soluço reconhecido em cartório 
e saudades promissórias.



20070331





trocar subjetividade alheia regida por dedos untados de sal 
e cobrar sorrisos nas mãos dadas que enlaçam, envelhecem e enforcam 
só para ter o que fazer durante os avisos de plena vida 
é um ataque de banalidade com idéias fixas,
sob a tranquilidade inócua das chaves na porta.





are you hungry? are you pagan?




peitos lúcidos despontam atrás de algodão com feixe duplo e me encaram nas pupilas. 
o apelo é notado imediatamente e me sinto pressionado pra fora da calça; 

peitos que apontam a direção inversa de onde venho.
talhos dividem as bundas que fogem da calça; 
este lado para cima; frágil -dizem os cofres em braile. 

escuto esses sussurros e suspiro de vontade.
constante desperdício de umidificações vaginais. 
e minha sede aumenta.






apraz





estou existinto 
em armistício 
com meus instintos;

dormindo induzido 
por comprimidos 
que podam meus sentidos



poema para meu 27º aniversário (título plagiado-adapatado)




algumas vezes me engano
com fachadas decentes
e sorrisos de papel carbono:

conexões intensas 
ou completamente breves.

porém não é motivo para angustia;
aprendemos vendo os outros sofrendo 
evitando como podemos.



Aflitarritmia



Esses cacos da gente, espalhados pela cidade
sujam de cinza e me enchem de almas roídas;

os dias dobram esquinas e me injetam
doses cavalares de mesmice repentina.









IIIIIICIoImIuInIiIcIaIgIeIIIIII





sou mestre em me fazer
não ser compreendido. 


quanto tempo preciso
para isso fazer sentido?