29 de nov. de 2006


prelúdio de fim

desisto forçado
levado por terceiros
sentimentos certeiros
e aceito não ser satisfeito

não há nada
para lutar
nem ninguém
pra se apegar



não me responsabilizo
pelo que penso ou digo.
alienação forjada
com disciplina
criada sob medida.
drama real,
vida ordinária.
representar é fácil,
viver é árduo


25 de nov. de 2006



gosto de me esconder
entre as cores do meu quarto
paredes são público e palco

sou um recluso
e um tempo é tudo
que preciso




ÓCIO-LOUNGE

21 de nov. de 2006


heterogenio

render-se à vitória é ser subjugado?



t o u g h t h t h g u o h t

pensamento
violento
imaginação
agressiva

apesar
de qualquer
forma rígida





16 de nov. de 2006

finja que a rotina não te deixa dopado
com o peso diário de olhos mal amados
em um dia de trabalho
ou mesmo em tarde de sábado;
escravo de horários
e entraves burocráticos
em domingos mais depressivos
que abstinência de prozac

15 de nov. de 2006


sempre que acordo com punhos feridos sei bem o motivo:
soquei muros, paredes e bancas de jornal,
como espasmos de intensidade, energia e amor - perdidos
num eterno derramar que de forma ou outra vira algo.

known senses = nonsense





10 de nov. de 2006


era fria e sabia
como vício escolhido a dedo
para futuro desapego:
nada em vão, nada em off, nada entre nós.
nada nas mãos nada nas mãos no corpo ou mente
nada perdido, podado, ou tolhido.
nada que não venha vale a pena.
nada, se não quiser,
morre afogada